"E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. 17 E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? 18 E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí- los- ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. 19 Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala- te. 20 Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? 21 Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus" (Lucas 12.16-21. ARA).
Acredito que, ao denunciar a avareza do "louco" da parábola, Jesus tinha em mente leis como a que encontramos em Levítico 19.9,10: "Quando também segares a messe da tua terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua messe. 10 Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus".
Paulo reforça esse entendimento em 1 Timóteo 6.17-19: "Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; 18 que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; 19 que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida".
Além de demonstrar falta de preocupação e amor para com o próximo, o avarento da parábola (bem como todo avarento) não confia na Providência divina. Ele está como o povo no deserto, guardando o maná para o dia seguinte (Cf. Êxodo 16.19-30). Depositam sua esperança em coisas perecíveis, esquecendo-se de que "nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4.4; Dt 8.3).
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