Por John Owen
“Não consigo fazer meu coração ser recíproco ao amor de Deus. Se pudesse ver
a minha alma colocada sobre ele, então poderia crer que sua alma se agradou de
mim”.
Esse é o curso mais absurdo que seus pensamentos podem tomar, uma
maneira racional de roubar Deus de sua glória. “Nisto consiste o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho”, diz o Espírito
Santo (1 Jo 4.10-11). Porém, invertemos essa ordem e dizemos: “Nisto consiste o
amor: não em que Deus me tenha amado, mas que eu o amei primeiro”. Isso
significa roubar a glória que pertence a Deus: ou seja, enquanto nos ama sem uma
causa em nós mesmos, tendo em nós toda a razão do mundo em amá-lo, agimos
contrariamente e enfatizamos algo em nós que nos faz objeto de seu amor,
destacando nossa iniciativa em amar a Deus. De maneira que o amamos antes de
conhecermos qualquer característica amável nele, ou seja, quer nos ame quer não.
Essa é uma forma carnal que nunca trará glória a Deus, nem paz para a alma.
Abandone, então, seus raciocínios; aceite o amor de Deus como um
puro ato de fé, e assim abra a sua alma para o Senhor na comunhão de
amor.
In: Comunhão com o Deus Trino (Cultura Cristã, 2010, p. 98).
Soli Deo Gloria!
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