quinta-feira, 29 de julho de 2010

Exposição em Lc 7.36-50: A pecadora que ungiu os pés de Jesus e a parábola dos dois devedores

Uma vez postado o esboço (aqui), agora, o produto final.



Pregado na I Igreja Presbiteriana em Santarém/PA, na noite de 25 de julho de 2010.

Soli Deo Gloria!
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domingo, 25 de julho de 2010

Esboço de sermão 1: Lc 7.36-50

[Sempre tive curiosidade de saber como eram estruturados osRascunho esboços  dos pregadores que eu ouvia. E não somente disso, mas eu também desejava ardentemente me apossar daquele pequeno pedaço de papel rabiscado. Sem nenhuma vergonha, vez por outra eu pedia ao pregador que me desse o esboço que ele havia acabado de usar, ao que a maioria me respondia: “Puxa vida! Só tenho este, e não fiz nenhuma cópia. Sinto muito, irmão”. Arghhhhhh! Se pelo menos fosse digitado no computador, o pregador não tinha como escapar, pois eu faria questão de lembrar-lhe de que ele poderia imprimir novamente. Mas a maioria era mesmo manuscrita. Uma xerox? Deixa pra lá.

Não vou prometer, mas sempre que puder estarei posta ndo aqui no Optica Reformata (OR) os esboços que uso em minhas pregações. Algumas sentenças são sucintas justamente por se tratar de um esboço. E, para não ser acusado de plágio, faço questão de dizer que boa parte deles contém excertos de livros que consulto (comentários bíblicos, etc.). Espero que essa série de postagens possa ser útil para alguém].

***

A PECADORA QUE UNGIU OS PÉS DE JESUS E A PARÁBOLA DOS DOIS DEVEDORES (Lc 7.36-50)

Pouca gente percebe, mas no meio do texto que acabamos de ler existe uma parábola. Tal falta de percepção deve-se ao fato de que, à semelhança de parábolas como a do Bom Samaritano (Lc 10.25-37) e a do Camelo e da Agulha (Lc 18.18-30), a presente parábola encontra-se no centro de um diálogo teológico, que acaba por engoli-la. O relato (v. 36-50) está estruturado em sete cenas.

  1. Introdução (o fariseu, Jesus e a mulher);
  2. O derramamento do amor da mulher (em ação);
  3. Um diálogo (Simão julga erradamente);
  4. Uma parábola;
  5. Um diálogo (Simão julga retamente);
  6. O derramamento do amor da mulher (em retrospecto);
  7. Conclusão (os fariseus, Jesus e a mulher).

1. Introdução

· Um fariseu (Simão) convida Jesus para jantar. Pode ser que ele tenha ficado impressionado com algum discurso que Jesus tenha feito. No século I os grupos religiosos da Palestina reuniam-se para estudar a Torá, muitas vezes até tarde da noite, quando estavam discutindo ou quando havia uma conferência do seu mestre ou de um sábio visitante. Jesus seria, então, esse “sábio visitante”.

· Jesus toma lugar à mesa. Também pode ser traduzido como, “reclinou-se”. Quando os sinóticos falam de “reclinar-se” para uma refeição dentro de casa, referem-se a um banquete. Deitava-se bruços com as pernas esticadas, apoiando-se sobre o cotovelo esquerdo (isto explica porque a mulher chegou-se aos pés de Jesus, por trás dele). A mesa é longa e baixa, e não como as de hoje.

· A recepção do hospedeiro. O fariseu não foi nada gentil para com seu ilustre visitante. Contrariando os costumes comuns de hospitalidade da época, ele não lavou os pés de seu convidado (a primeira coisa que deveria ser feita); nem o beijou (sinal de desprezo – “não confiar em quem não o beija”; inferioridade social), como se faziam com os mestres da época; e nem o ungiu com óleo. (Falar sobre os costumes que adotamos ao receber visitas no mundo de hoje).

Eis que entra em cena uma moradora local – uma prostituta.

2. A ação da mulher e o julgamento (errôneo) de Simão

· Naquela cultura, as portas da casa permaneciam abertas, e os desocupados da aldeia se aglomeravam por detrás dos servos, que ficavam por detrás dos divãs . Foi assim que a mulher obteve acesso à casa do fariseu. E ela fez mais do que cumprir as regras de hospitalidade que o fariseu desprezou. Ela faz três coisas aos pés de Jesus: ela os lava, beija e unge. Não podendo beijar Jesus no rosto (as mulheres não podiam saudar aos homens dessa forma), ela beija seus pés; não tendo óleo para ungir sua cabeça, ela unge seus pés com um valioso perfume (que servia tanto para perfumar o hálito como a pessoa – ela não precisaria mais daquele unguento que usava no dia-a-dia de sua profissão). Em seguida, um ato seu desperta o comentário mordaz que Simão faz consigo mesmo: ela desata os cabelos para enxugar os pés de Jesus. Na cultura oriental, a mulher só deve desatar seus cabelos perante seu marido. O Talmude indica que um marido pode pedir divórcio se sua mulher desatar os cabelos perante outro homem. Em regiões conservadoras do mundo islâmico os cabeleireiros são proibidos de pentear as mulheres. Sugerimos que a mulher não premeditou isso. Ela apenas se deu conta de que não tinha nada com que enxugar os pés de Jesus.

· Vendo aquela cena, Simão, em vez de prontamente reconhecer seu fracasso como hospedeiro, prefere desferir seu golpe mortal contra aquela pecadora; e não somente contra ela, mas também contra o próprio Jesus, a quem ele se refere desdenhosamente como “este profeta”, pondo em dúvida inclusive a validade de seu ministério.

3. A parábola de Jesus e o parecer (certeiro) de Simão

Simão, que acabara de negar a onisciência de Jesus, é surpreendido pelo fato de Jesus revelar o que acabara de passar no coração daquele fariseu. A parábola é simples. Um credor perdoa (lit. “oferecer graça”, em Paulo) a dois de seus devedores, cada um em seu nível. A pergunta de Jesus “encurrala” a Simão, e ele percebe de imediato a lógica evidente da parábola.

4. A ação da mulher em retrospecto

Jesus aplica a parábola à mulher, o que evidentemente chocou a todos os hóspedes ali presentes. Ainda que o hóspede não fosse adequadamente recebido pelo anfitrião, ainda assim ele deveria dizer que não era digno de tais cortesias. Jesus simplesmente quebra o decoro! “Não me deste água para os pés”; “não me deste ósculo” (segundo o costume da época, o discípulo beijava o rabi nas mãos); “não me ungiste a cabeça com óleo” (que era um produto barato e muito comum na Palestina do séc. I). Jesus faz questão de comparar o fariseu com a mulher, para a vergonha daquele homem preconceituoso.

5. A reação dos hóspedes e a resposta de Jesus

A pergunta dos hóspedes que ali estavam era um pouco alheia ao assunto. Jesus bem que poderia intervir e reivindicar sua autoridade para perdoar pecados (como fez em Lc 5.17-26), mas ele opta por dirigir-se à mulher. O que salvou aquela mulher não foram suas obras, e sim a sua fé.

Conclusão (temas teológicos da parábola)

[Sugestão: em cada ponto, fazer uma aplicação espontânea às necessidades da igreja local]

1. O perdão é um dom imerecido de Deus e é oferecido gratuitamente àqueles que creem;

2. Uma vez aceita tal oferta, gestos de amor e gratidão são imediatamente desencadeados;

3. Jesus é o único agente de Deus através de quem é anunciado o perdão;

4. Deus não faz acepção de pessoas. Em um mundo de homens e em um banquete de homens, uma mulher desprezada pela sociedade é recebida e exaltada por Jesus.

5. Diante de Jesus, somente duas atitudes são possíveis: fé (no caso da mulher) ou rejeição (no caso do fariseu).

Soli Deo Gloria!

[Sermão pregado na I Igreja Presbiteriana em Santarém/PA, na noite de 25 de julho de 2010]

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Bibliografia consultada: BAILEY, Kenneth. As parábolas de Lucas. Edições Vida Nova, SP, 1995. 3ª Ed. Pág. 37-61.

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sábado, 24 de julho de 2010

“Sigam-me os bons”! [refiro-me ao Twitter, tá?]

Caros amigos,

Ainda não sei como funciona direito, mas resolvi criar meu próprio Twitter (clique aqui) . Conto com a ajuda dos irmãos para aprender a mexer nesse negócio direitinho, ok? Agora, como diria nosso bom e velho Chapolin Colorado, “sigam-me os bons”!

Soli Deo Gloria!

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Como teólogo, Einstein foi um ótimo físico!

Vejam o vídeo abaixo:



"Sir" Albert, de fato, foi um grande físico - uma mente realmente brilhante no campo da ciência. Mas isso não o isentou de dizer besteiras! O que ele fala sobre Deus e o problema do mal é totalmente antibíblico. Mas eu diria que, dentro dos parâmetros de racionalidade estipulados pelas mentes não redimidas de nossos queridos sábios, Einstein foi totalmente "racional". O pior de tudo é que até mesmo muitos cristãos se encantam com essa sua assertiva, talvez pelo fato de ter sido "Einstein" (um "pensador secular") quem falou.

O mal não é ausência do bem, Sir Albert, e sim a presença de Deus em ira e justiça. E, ao contrário do que você pensa, Deus criou, sim, o mal (Is 45.7).

[Se a bateria do meu notebook durasse mais um pouco, eu citaria mais textos, visto que se trata de uma postagem extemporânea e eu estou em praça pública usufruindo de internet grátis. Mas eu não queria perder essa oportunidade. Quem sabe continuamos num próximo post?]

Soli Deo Gloria!!!
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