segunda-feira, 29 de junho de 2015

O assim chamado "casamento homossexual" – lamentando a nova calamidade

Por John Piper

Jesus morreu para que homossexuais e heterossexuais pecadores possam ser salvos. Ele criou a sexualidade, e tem uma clara vontade de como ela deve ser experienciada em santidade e alegria.
Sua vontade é que um homem possa deixar seu pai e sua mãe e unir-se a sua esposa, e que os dois se tornem uma só carne (Marcos 10.6-9). Nessa união, a sexualidade encontra seu significado teorreferente, seja em uma união físico-corporal, representação simbólica, regozijo sensual ou procriação frutífera.
Para aqueles que têm abandonado o caminho de Deus para a realização sexual e enveredado em relação homossexual, relação heterossexual fora do casamento (fornicação) ou adultério, Jesus oferece maravilhosa misericórdia.
Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1 Coríntios 6.11).
Mas hoje essa salvação dos atos sexuais pecaminosos não foi aceita. Em vez dela, o que houve foi uma maciça institucionalização do pecado.
Numa decisão por 5 votos a 4, a Suprema Corte dos Estados Unidos da América resolveu que os estados não podem impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A Bíblia não se cala sobre decisões desse tipo. Junto da sua mais clara explanação do pecado da relação homossexual (Romanos 1.24-27) está a acusação da sua aprovação e institucionalização. Embora as pessoas intuitivamente saibam que o ato homossexual (junto com a fofoca, a calúnia, a insolência, a arrogância, a jactância, a incredulidade, a crueldade, a desumanidade) seja pecado, elas “não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Romanos 1.29-32). “[…] Eu vos dizia […], chorando, [que] a glória deles está na sua infâmia” (Filipenses 3.18-19).
Isso é que o que a mais alta corte do nosso país fez hoje — sabendo que tais ações são erradas, “também aprovam os que assim procedem”.
Minha sensação é que não nos damos conta de que uma calamidade está acontecendo ao redor de nós. O fato novo — novo para a América, novo para a história — não é a homossexualidade. Essa transgressão está aqui desde que todos nós transgredimos na queda do homem. (E aqui está uma grande diferença entre a orientação e o ato — assim como há uma grande diferença entre a minha orientação para o orgulho e o ato da jactância).
O que há de novo não é nem mesmo a celebração e aprovação do pecado da homossexualidade. O comportamento homossexual tem sido explorado, e festejado, e celebrado na arte por milênios. O que há de novo é a sua normalização e institucionalização. Esta é a nova calamidade.
Minha principal razão em escrever não é levantar um contra-ataque político. Não acho que este seja o chamado da igreja. Minha razão em escrever é ajudar a igreja a sentir a tristeza desses dias, e a magnitude do ataque a Deus e à sua imagem no homem.
Os cristãos, de forma mais clara do que outros, podem ver o tsunami de dor que está a caminho. O pecado conduz à sua própria miséria: “Semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Romanos 1.27).
E no ápice do poder autodestrutivo do pecado vem, consequentemente, a ira final de Deus: “prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus” (Colossenses 3.5-6).
Os cristãos sabem o que está vindo, não apenas porque o vêem na Bíblia, mas porque temos experimentado o doloroso fruto dos nossos próprios pecados. Não podemos escapar à verdade de que colhemos o que semeamos. Nossos casamentos, nossas crianças, nossas igrejas e nossas instituições — todos estão atribulados pelos nossos pecados.
A diferença é: nós choramos sobre nossos pecados. Não os celebramos. Não os institucionalizamos. Voltamo-nos a Jesus para obter perdão e socorro. Clamamos a Jesus, “que nos livra da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1.10).
E em nossos melhores momentos, choramos pelo mundo, e por nossa nação. Nos dias de Ezequiel, Deus colocou uma marca de esperança “[n]a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio [de Jerusalém]” (Ez 9.4).
É por isso que estou escrevendo. Não é uma ação política, mas amor pelo nome de Deus e compaixão pela cidade da destruição.
“Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei” (Sl 119.136).
***
Fonte: Desiring God.
Tradução: Leonardo Bruno Galdino.

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