O escritor canadense William Paul Young saiu do anonimato para a fama ao publicar um livro que se tornaria, em muito pouco tempo, um verdadeiro sucesso. Com mais de dois milhões de cópias vendidas e status de best-seller, “A Cabana” tem cativado a mente de muitas pessoas ao redor do mundo, especialmente/inclusive dos cristãos. Em linhas gerais, o livro conta a história de Mackenzie Allen Phillips, o “Mack”, um pai de família que encontra a Deus depois de ter sua filha caçula, Missy, raptada e brutalmente assassinada por um maníaco assassino de crianças (um serial killer). Cerca de três anos e meio depois do ocorrido, Deus, ou melhor, “Papai”, manda uma carta para Mack marcando um encontro com ele exatamente na cabana onde a polícia havia encontrado o vestido usado por Missy todo encharcado de sangue. Mack, depois de lutas intensas consigo mesmo, resolve aceitar o “encontro”, mesmo desconfiando de uma possível cilada do assassino de sua filha. Ao chegar lá, Mack tem uma, ou melhor, três surpresas: Deus lhe aparece na pessoa de uma mulher “negra enorme e sorridente” (pág. 73). Logo depois aparecem o Espírito Santo, na pele de uma mulher asiática, chamada Sarayu, e Jesus, um homem médio-oriental (hebreu, pra ser mais preciso) vestido de calça jeans e camisa xadrez. A partir de então, Mack vai viver uma inesquecível aventura ao lado dessa ilustre “Trindade”.
Qualquer cristão que tenha um mínimo de conhecimento de História da Igreja saberá que A Cabana nada mais é do que o ressurgimento de algumas das antigas heresias que tumultuaram a vida e o andamento da Igreja Antiga, principalmente aquelas que envolviam questões sobre a Trindade. Do ponto de vista teológico, o livro oscila entre heresias implícitas e explícitas; do ponto de vista literário, entre frases de efeito medíocres (quase sempre) e alguns poucos insights interessantes. Seu enredo envolvente propõe-se a apanhar os desavisados.
Não sei qual foi a experiência eclesiástica do autor de A Cabana, mas posso presumir que não foi das melhores. Torna-se patente, em muitas partes do livro, o desprezo pela igreja e pela adoração corporativa, ressaltando-se e a valorização da experiência pessoal, como bem reza a cartilha pós-moderna.
Quando o assunto, finalmente, é a Trindade, A Cabana traz à tona várias heresias antigas (não pretendo fazer comentários exaustivos sobre todas elas). Como já disse anteriormente, Mack vai à cabana encontrar Deus, que lhe aparece no corpo de uma mulher de pele negra. Logo de cara, vemos a verdadeira alma do paganismo, a saber, materializar Deus dando-lhe alguma forma física. Entendo perfeitamente que se trata de um romance e, como tal, precisa de personagens para dar substância ao enredo. Mas, em se tratando do Senhor Deus Todo-Poderoso, essa regra não deve ser aplicada em hipótese alguma. É exatamente isso que Deus expressamente proíbe no Segundo Mandamento (Ex 20.4-5). Jesus mesmo declarou que “Deus é Espírito” (Jo 4.24). Não devemos emprestar a Deus as formas vãs e tolas que concebemos em nossas mentes pecaminosas (cf. Rm 1).
Uma das antigas heresias às quais me referi há pouco é o Patripassianismo, doutrina monarquianista[1] segundo a qual foi o próprio Deus quem morreu na cruz, em vez de Jesus. Tertuliano combateu esse ensino com bastante veemência. Quando, certa vez, ele disse que “o demônio tem lutado contra a verdade de muitas maneiras, inclusive defendendo-a para melhor destruí-la”, estava se referindo justamente a essa heresia, que estava sendo largamente difundida por Práxeas. Ele continua dizendo que “Ele [o demônio] defende a unidade de Deus, o onipotente criador do universo, com o fim exclusivo de torná-la herética[2]”. Em uma passagem de A Cabana essa heresia é claramente visível:
Mas os problemas não param por aí. Como se não bastasse, o livro também nega a divindade de Jesus. Em uma conversa entre Mack e Papai, Mack pergunta:
O livro prossegue no enredo seguindo a tônica do “o importante é relacionar-se”. Nada de imposições, de regras. Amor pressupõe liberdade. Baseado nesse pensamento o autor constrói, ou melhor, desconstrói a questão da hierarquia na Trindade. É assim que “Jesus” define a questão:
Outro ponto que chama alguma atenção no livro é a questão da onisciência de Deus. Apesar de em alguns pontos ela ser ressaltada (págs. 81, 147, 148, 174, 192 e 206, e.g.), o livro parece bem confuso neste aspecto. Nas páginas 129-130, por exemplo, Jesus diz que “é impossível ter poder sobre o futuro, porque ele não é real, e jamais será”. Sophia, uma personagem que representa a Sabedoria de Deus (Teosofismo?) diz que Deus não pôde impedir a morte de Missy (pág. 151), e que tal tragédia “não foi nenhum plano de Papai” (pág. 152). Entretanto, mais uma vez ele se contradiz, ao afirmar que poderia ter impedido o que aconteceu a Missy (pág. 204). Os leitores mais familiarizados com as tendências teológicas pós-modernas saberão que isso se trata de Teísmo Aberto, uma doutrina que remonta ao Socinianismo do século XVI. Segundo essa ideia, o futuro não pode ser plenamente conhecido (nem mesmo por Deus!), pois depende das ações dos seres humanos (chamados de “agentes livres”). Isso inclui também as tragédias naturais (como o Tsunami, por exemplo). Se isso é verdade, como é que fica, então, a questão do Dilúvio? E de Sodoma e Gomorra? Não foi o próprio Deus quem orquestrou tudo? Não é justamente isso que Ele diz em Isaías 45.7 (“... faço a paz e crio o mal”)? William P. Young parece não acreditar muito nisso.
A verdade do Evangelho é outra questão que está em jogo em A Cabana. Como diria a máxima modernista, “tudo o que é sólido desmancha-se no ar”. Nada de certezas, convicções. Papai mesmo é quem diz a Mack que “a fé não cresce na casa da certeza” (pág. 176), declaração que faria Brian McLaren e Ricardo Gondim babarem! Sarayu diz: “gosto demais da incerteza” (pág. 190). Em outra ocasião Papai diz a Mack: “Quem quer adorar um Deus que pode ser totalmente conhecido, hein? Não há muito mistério nisso” (págs. 85 e 86 – versão digital). E as farpas contra a igreja continuam. Jesus diz: “não crio instituições” (pág. 166). Logo em seguida, numa declaração hilariante, ele afirma categoricamente: “eu não sou cristão” (pág. 168). Aliás, para esse Jesus, o evangelho não é exclusividade. Diante do pluralismo religioso “Jesus” é bastante inclusivista. Ele mesmo diz que
Ainda não acabou. Falta o “filé mignon”. Que tal uma pitadinha de Espiritismo para temperar nossa estória? Pois é. Mack vê sua filha, Missy! Uau! Que emocionante, hein? Foi Sophia (uma médium?) quem proporcionou esse encontro (pág. 153). E tem mais. Mack reencontra o seu pai (pág. 200), que ele havia envenenado depois de ter levado uma surra que o deixou de cama por duas semanas quando ele tinha apenas 13 anos de idade. Abre parêntese. O pai de Mack era um alcoólatra que batia na esposa, e Mack contou isso a um irmão da igreja da qual seu pai era membro. Fecha parêntese. Esse era um segredo que Mack guardava a sete chaves. Realmente, ele tinha muitas feridas que precisavam ser curadas. Então, por que não fazê-lo com uma sessão espírita? Os dois se abraçaram e fizeram as pazes, com direito a beijinho na boca e tudo (pág. 201). Jesus gosta tanto dessa ideia de beijar na boca que resolve fazer o mesmo com Papai (pág. 205).
Perdoem-me aqueles que ainda não leram o livro, pois revelei muitos dos seus suspenses. Achei por bem não expor absolutamente tudo de errado que encontrei. Expus apenas aquilo que considerei necessário. É perfeitamente compreensível o fato de A Cabana encabeçar o ranking dos livros mais vendidos[4], afinal de contas as pessoas estão à procura de um "Deus" (deus!) que se ajuste às suas pretensões. O que nos preocupa, entretanto, é saber que dentre os que financiam esse tipo de heresia estão aqueles que se professam crentes em Cristo. Sei que se trata de uma ficção, mas infelizmente não é dessa forma ela tem sido encarada. Perguntado sobre o que ele quer que as pessoas concluam ao lerem A Cabana, numa entrevista, William P. Young declarou que deseja que as pessoas “saibam ou tenham a noção de que Deus é bem maior do que eles já imaginaram”[5]. Lembrando de trechos do livro, sinceramente ainda não consigo enxergar grandeza alguma no “Deus” apresentado por Young. O que vi foi uma divindade deficiente que se curva aos caprichos humanos. Continuo preferindo o Deus que se revelou nas Escrituras. Este sim é a minha Rocha!
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Obs.: As referências tiradas do livro variam entre a versão impressa (Editora Sextante, 2008) e uma versão digital (e-book). Li o livro na versão impressa e fiz minhas anotações, mas devolvi-o ao dono (peguei o livro emprestado!). Depois anotei mais coisas na versão digital. É por isso que eu especifico as páginas e suas respectivas versões quando faço citações.
[1] O Monarquianismo, doutrina desenvolvida no final do século II e início do III, enfatizava tanto a unidade de Deus que acabou se transformando em numa espécie de Unitarismo, negando a realidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo como Pessoas distintas.
[2] Bettenson, H. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo, 2001. Editora Aste, Pág. 81.
[3] Sabélio ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e mesma essência, três nomes diferentes para a mesma substância. “Deus se manifestou como Pai no Velho Testamento, depois como Filho para redimir o homem e como Espírito após a ressurreição de Cristo. Não houve, então, três pessoas em Deus mas três manifestações” (Earle E. Cairns. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo - SP, 1988. Editora Vida Nova, Pág. 83). Esse ensino ficou conhecido como Monarquianismo Modalista.
[4] Segundo a Revista Veja, em http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/
[5] http://www.youtube.com/watch?v=EaGMliCxyWY.
Qualquer cristão que tenha um mínimo de conhecimento de História da Igreja saberá que A Cabana nada mais é do que o ressurgimento de algumas das antigas heresias que tumultuaram a vida e o andamento da Igreja Antiga, principalmente aquelas que envolviam questões sobre a Trindade. Do ponto de vista teológico, o livro oscila entre heresias implícitas e explícitas; do ponto de vista literário, entre frases de efeito medíocres (quase sempre) e alguns poucos insights interessantes. Seu enredo envolvente propõe-se a apanhar os desavisados.
Não sei qual foi a experiência eclesiástica do autor de A Cabana, mas posso presumir que não foi das melhores. Torna-se patente, em muitas partes do livro, o desprezo pela igreja e pela adoração corporativa, ressaltando-se e a valorização da experiência pessoal, como bem reza a cartilha pós-moderna.
[Mack] Percebeu que estava travado e que as orações e os hinos dos domingos não serviam mais, se é que já haviam servido [...] Mack estava farto de Deus e da religião, farto de todos os pequenos clubes sociais religiosos que não pareciam fazer nenhuma diferença expressiva nem provocar qualquer mudança real. Mack certamente desejava mais (pág. 54 – versão digital. Itálico meu).Parece que a intenção inicial do livro não é a de levar os leitores a uma nova perspectiva sobre a Trindade, e sim, que eles desacreditem da Igreja como sendo a “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15) e sigam atrás de outras alternativas de encontrar Deus. Em minha opinião, esse é o maior perigo que o livro oferece.
Quando o assunto, finalmente, é a Trindade, A Cabana traz à tona várias heresias antigas (não pretendo fazer comentários exaustivos sobre todas elas). Como já disse anteriormente, Mack vai à cabana encontrar Deus, que lhe aparece no corpo de uma mulher de pele negra. Logo de cara, vemos a verdadeira alma do paganismo, a saber, materializar Deus dando-lhe alguma forma física. Entendo perfeitamente que se trata de um romance e, como tal, precisa de personagens para dar substância ao enredo. Mas, em se tratando do Senhor Deus Todo-Poderoso, essa regra não deve ser aplicada em hipótese alguma. É exatamente isso que Deus expressamente proíbe no Segundo Mandamento (Ex 20.4-5). Jesus mesmo declarou que “Deus é Espírito” (Jo 4.24). Não devemos emprestar a Deus as formas vãs e tolas que concebemos em nossas mentes pecaminosas (cf. Rm 1).
Uma das antigas heresias às quais me referi há pouco é o Patripassianismo, doutrina monarquianista[1] segundo a qual foi o próprio Deus quem morreu na cruz, em vez de Jesus. Tertuliano combateu esse ensino com bastante veemência. Quando, certa vez, ele disse que “o demônio tem lutado contra a verdade de muitas maneiras, inclusive defendendo-a para melhor destruí-la”, estava se referindo justamente a essa heresia, que estava sendo largamente difundida por Práxeas. Ele continua dizendo que “Ele [o demônio] defende a unidade de Deus, o onipotente criador do universo, com o fim exclusivo de torná-la herética[2]”. Em uma passagem de A Cabana essa heresia é claramente visível:
Papai não respondeu, apenas olhou para as mãos dos dois. O olhar de Mack seguiu o dela, e pela primeira vez ele notou as cicatrizes nos punhos da negra, como as que agora presumia que Jesus também tinha nos dele. Ela permitiu que ele tocasse com ternura as cicatrizes, marcas de furos fundos, e finalmente Mack ergueu os olhos para os dela (pág. 86. Itálico meu).Embora Jesus seja Deus, sabemos que não foi Deus, o Pai, quem morreu na cruz. Deus não tem as marcas dos pregos em seus punhos, como A Cabana quer que acreditemos. Foi o Seu Filho quem foi crucificado. No afã de ressaltar a unidade da Trindade, o Monarquianismo acabou resumindo tudo a uma só pessoa. Em mais uma declaração claramente sabeliana[3], “Papai” diz a Mack que “quando nós três penetramos na existência humana sob a forma do Filho de Deus, nos tornamos totalmente humanos” (pág. 85). Mas não é esse o ensino bíblico. A Palavra de Deus é bastante clara quando se refere ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo como sendo Pessoas distintas que possuem uma mesma essência (ver Mt 28.29; 2 Co 13.13; 1 Jo 5.7; 2 Jo 3). E o pior de tudo é que, para confundir ainda mais o leitor, “Papai” desdiz tudo o que houvera dito antes, dizendo que
Não somos três deuses e não estamos falando de um deus com três atitudes, como um homem que é marido, pai e trabalhador. Sou um só Deus e sou três pessoas, e cada uma das três é total e inteiramente o um (pág. 87).Seria algo equivalente à “Metamorfose Ambulante” proposta por Raul Seixas (“eu vou lhes dizer agora o oposto do que eu disse antes”)? Será que dá pra confiar no “Deus” proposto por William P. Young?
Mas os problemas não param por aí. Como se não bastasse, o livro também nega a divindade de Jesus. Em uma conversa entre Mack e Papai, Mack pergunta:
— Mas... e todos os milagres? As curas? Ressuscitar os mortos? Isso não prova que Jesus era Deus... você sabe, mais do que humano?Ora, o que temos aqui não é o velho Ebionismo, que pregava que Jesus tornou-se Messias pelo Espírito Santo? Ou, ainda, o Arianismo, que dizia que Jesus era um simples homem elevado a uma categoria superior à dos demais seres humanos? O autor faz um divórcio entre a Humanidade e a Divindade de Jesus quando diz que “Jesus, como ser humano, não tinha poder para curar ninguém”, quando, na realidade, as duas naturezas de Cristo são inseparáveis. Nas palavras de John Stott, “Jesus não é Deus disfarçado de homem e nem um homem disfarçado de Deus”. Ele é Deus-Homem, como bem foi definido em Calcedônia no ano de 451 d.C. E para dar mais ênfase ainda na humanidade de Cristo, a personagem Jesus “deixara cair uma grande tigela com algum tipo de massa ou molho no chão, e a coisa tinha se espalhado por toda parte” (pág. 95), o que rendeu boas gargalhadas a Mack e Papai. Era só o que faltava: um Jesus todo atrapalhado!
— Não, isso prova que Jesus é realmente humano.
[Papai continua...]
— Fez isso como um ser humano dependente e limitado que confia na minha vida e no meu poder de trabalhar com ele e através dele. Jesus, como ser humano, não tinha poder para curar ninguém (pág. 90).
O livro prossegue no enredo seguindo a tônica do “o importante é relacionar-se”. Nada de imposições, de regras. Amor pressupõe liberdade. Baseado nesse pensamento o autor constrói, ou melhor, desconstrói a questão da hierarquia na Trindade. É assim que “Jesus” define a questão:
Esta é a beleza que você vê no meu relacionamento com Abba e Sarayu. Nós somos de fato submetidos uns aos outros, sempre fomos e sempre seremos. Papai é tão submetida a mim quanto eu a ela, ou Sarayu a mim, ou Papai a ela (pág. 129 – versão digital).Sarayu, que personifica o Espírito Santo, diz que a hierarquia não faria sentido entre a Trindade (pág. 112). Como é que fica, então, frases como “Seja feita a vossa vontade”? Não havia uma submissão do Filho ao Pai? Jesus disse que desceu do céu para "fazer a vontade do Pai"(Jo 6.38). A Cabana não se coaduna com a Bíblia aqui.
Outro ponto que chama alguma atenção no livro é a questão da onisciência de Deus. Apesar de em alguns pontos ela ser ressaltada (págs. 81, 147, 148, 174, 192 e 206, e.g.), o livro parece bem confuso neste aspecto. Nas páginas 129-130, por exemplo, Jesus diz que “é impossível ter poder sobre o futuro, porque ele não é real, e jamais será”. Sophia, uma personagem que representa a Sabedoria de Deus (Teosofismo?) diz que Deus não pôde impedir a morte de Missy (pág. 151), e que tal tragédia “não foi nenhum plano de Papai” (pág. 152). Entretanto, mais uma vez ele se contradiz, ao afirmar que poderia ter impedido o que aconteceu a Missy (pág. 204). Os leitores mais familiarizados com as tendências teológicas pós-modernas saberão que isso se trata de Teísmo Aberto, uma doutrina que remonta ao Socinianismo do século XVI. Segundo essa ideia, o futuro não pode ser plenamente conhecido (nem mesmo por Deus!), pois depende das ações dos seres humanos (chamados de “agentes livres”). Isso inclui também as tragédias naturais (como o Tsunami, por exemplo). Se isso é verdade, como é que fica, então, a questão do Dilúvio? E de Sodoma e Gomorra? Não foi o próprio Deus quem orquestrou tudo? Não é justamente isso que Ele diz em Isaías 45.7 (“... faço a paz e crio o mal”)? William P. Young parece não acreditar muito nisso.
A verdade do Evangelho é outra questão que está em jogo em A Cabana. Como diria a máxima modernista, “tudo o que é sólido desmancha-se no ar”. Nada de certezas, convicções. Papai mesmo é quem diz a Mack que “a fé não cresce na casa da certeza” (pág. 176), declaração que faria Brian McLaren e Ricardo Gondim babarem! Sarayu diz: “gosto demais da incerteza” (pág. 190). Em outra ocasião Papai diz a Mack: “Quem quer adorar um Deus que pode ser totalmente conhecido, hein? Não há muito mistério nisso” (págs. 85 e 86 – versão digital). E as farpas contra a igreja continuam. Jesus diz: “não crio instituições” (pág. 166). Logo em seguida, numa declaração hilariante, ele afirma categoricamente: “eu não sou cristão” (pág. 168). Aliás, para esse Jesus, o evangelho não é exclusividade. Diante do pluralismo religioso “Jesus” é bastante inclusivista. Ele mesmo diz que
Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa (pág. 168).Realmente, para um Deus que disse que “a morte dele [de Cristo] e sua ressurreição foram a razão pela qual eu agora estou totalmente reconciliado com o mundo” (pág. 180 – itálico meu) isso não é problema. Universalismo? Imagina! “Não preciso castigar as pessoas pelos pecados” (pág. 109). “Em Jesus eu perdoei todos os humanos por seus pecados contra mim, mas só alguns escolheram relacionar-se comigo”, disse Papai (pág. 209). Que estranho, não? Todo mundo perdoado e alguns que se relacionam? Bom, se é ele quem está falando, quem sou eu para questionar? No meio de toda essa confusão Mack parecia mesmo estar totalmente perdido. Foi “barrado” inclusive de ter seu momento devocional, quando foi perguntar pelas orações, ouvindo da boca de Papai: “nada é um ritual” (pág. 194). Coitadinho do Mack! Não tinha razão em nada! Mesmo quando pensou em Jesus como referencial de vida, um exemplo a ser seguido, ouviu da boca do próprio: “minha vida não se destinava a tornar-se um exemplo a copiar” (pág. 136). E agora, José, ou melhor, Mack? Caía por terra diante de seus olhos toda a instrução apostólica para que sejamos “imitadores de Deus” (Ef 5.1; 1Pe 1.16).
Ainda não acabou. Falta o “filé mignon”. Que tal uma pitadinha de Espiritismo para temperar nossa estória? Pois é. Mack vê sua filha, Missy! Uau! Que emocionante, hein? Foi Sophia (uma médium?) quem proporcionou esse encontro (pág. 153). E tem mais. Mack reencontra o seu pai (pág. 200), que ele havia envenenado depois de ter levado uma surra que o deixou de cama por duas semanas quando ele tinha apenas 13 anos de idade. Abre parêntese. O pai de Mack era um alcoólatra que batia na esposa, e Mack contou isso a um irmão da igreja da qual seu pai era membro. Fecha parêntese. Esse era um segredo que Mack guardava a sete chaves. Realmente, ele tinha muitas feridas que precisavam ser curadas. Então, por que não fazê-lo com uma sessão espírita? Os dois se abraçaram e fizeram as pazes, com direito a beijinho na boca e tudo (pág. 201). Jesus gosta tanto dessa ideia de beijar na boca que resolve fazer o mesmo com Papai (pág. 205).
Perdoem-me aqueles que ainda não leram o livro, pois revelei muitos dos seus suspenses. Achei por bem não expor absolutamente tudo de errado que encontrei. Expus apenas aquilo que considerei necessário. É perfeitamente compreensível o fato de A Cabana encabeçar o ranking dos livros mais vendidos[4], afinal de contas as pessoas estão à procura de um "Deus" (deus!) que se ajuste às suas pretensões. O que nos preocupa, entretanto, é saber que dentre os que financiam esse tipo de heresia estão aqueles que se professam crentes em Cristo. Sei que se trata de uma ficção, mas infelizmente não é dessa forma ela tem sido encarada. Perguntado sobre o que ele quer que as pessoas concluam ao lerem A Cabana, numa entrevista, William P. Young declarou que deseja que as pessoas “saibam ou tenham a noção de que Deus é bem maior do que eles já imaginaram”[5]. Lembrando de trechos do livro, sinceramente ainda não consigo enxergar grandeza alguma no “Deus” apresentado por Young. O que vi foi uma divindade deficiente que se curva aos caprichos humanos. Continuo preferindo o Deus que se revelou nas Escrituras. Este sim é a minha Rocha!
“Se alguém vos prega evangelho que vá
além daquele que recebeste,
seja anátema”! (Gl 1.9)
além daquele que recebeste,
seja anátema”! (Gl 1.9)
Soli Deo Gloria!!!
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Obs.: As referências tiradas do livro variam entre a versão impressa (Editora Sextante, 2008) e uma versão digital (e-book). Li o livro na versão impressa e fiz minhas anotações, mas devolvi-o ao dono (peguei o livro emprestado!). Depois anotei mais coisas na versão digital. É por isso que eu especifico as páginas e suas respectivas versões quando faço citações.
[1] O Monarquianismo, doutrina desenvolvida no final do século II e início do III, enfatizava tanto a unidade de Deus que acabou se transformando em numa espécie de Unitarismo, negando a realidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo como Pessoas distintas.
[2] Bettenson, H. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo, 2001. Editora Aste, Pág. 81.
[3] Sabélio ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e mesma essência, três nomes diferentes para a mesma substância. “Deus se manifestou como Pai no Velho Testamento, depois como Filho para redimir o homem e como Espírito após a ressurreição de Cristo. Não houve, então, três pessoas em Deus mas três manifestações” (Earle E. Cairns. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo - SP, 1988. Editora Vida Nova, Pág. 83). Esse ensino ficou conhecido como Monarquianismo Modalista.
[4] Segundo a Revista Veja, em http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/
[5] http://www.youtube.com/watch?v=EaGMliCxyWY.
17 comentários:
Muito boa a análise, meu irmão! Fez muito bem o uso da teo histórica (gosto disso!)
Porque você tem a opinião de que o maior perigo que o livro oferece é desacreditar a igreja, o viver em comunidade? Qual o seu critério para essa escolha?
Abç, Leonardo
Caro Danilo,
Obrigado pelo comentário.
Em minha opinião esse é o maior perigo porque desestimula o crente a ir à igreja. Um crente que não vê importância na adoração corporativa, na oração e nos meios de graça está, por si só, negando tudo que a Bíblia nos recomenda (cf. Hb 10.25). É o "efeito dominó": derruba-se o fundamento e desmorona-se o resto. Crentes com deficiências doutrinárias, mas dentro da igreja, podem ser tratados (cf. Rm 14.1); fora dela, são presas fáceis para os lobos (cf. 1Pe 5.8; At 20.29) e estão fadados à ruína eterna (cf. Hb 10.26, 27).
"A Cabana" faz esse deserviço ao Reino. Além propagar inúmeras heresias, o que também é gravíssimo, desencaminha as pessoas.
Dia 27/06 darei um estudo sobre esse livro no culto jovem de minha igreja, pois sei que algumas pessoas estão lendo e "amando" essa porcaria.
Um grande abraço!!!
Visite-nos sempre.
(opticareformata.blogspot.com)
SHALOM!
1. Uma alegria conhecer seu blog. Que o Deus Eterno te conduza em triunfo. Continue a ser uma voz profética e apologética.
Medite em Colossenses 3.16
Em Cristo, Pr Marcello de Oliveira
P.s Visite:
http://davarelohim.blogspot.com/ e veja a entrevista que concedi ao Pr Ciro S. Zibordi
http://davarelohim.blogspot.com/2009/06/entrevista-concedida-ao-pr-ciro-sanches.html
Caro Marcello,
Obrigado pelo visita, o que nos alegra.
Li sua entrevista ao Pr Ciro e gostei especialmente da parte que você fala aos blogueiros. Que o sentimento que possa haver em todos nós seja o mesmo de João Batista: "é necessário que ele [Cristo] cresça e eu diminua" (Jo 3.30). Usemos nossos blogs como ferramentas para a evangelização dos pecadores e fortalecimento dos santos.
Um grande abraço!
"Crentes com deficiências doutrinárias, mas dentro da igreja, podem ser tratados". Concordo com essa sua posição!!! É uma perversão do ensino bíbico de Hb 10.25 o culto, digamos, "não presencial", por exemplo, tão em voga através dos tele-evangelistas e rádios.
Recentemente comprei o livro "A abolição do Homem", de C.S.Lewis, pra estar lendo mais sobre a influência da tecnologia nos relacionamentos. A tendência é, de fato, o que o A Cabana fez (traçando um pararelo entre as duas coisas): desvalorizar a idéia de vivermos como um corpo, especialmente na questão de ajuntamento solene como o culto (sem contar ainda, como o irmão disse, a perda dos meios de graça, como a ceia do Senhor).E isso é terrível, pois reduz a ortopraxia cristã ao "eu", ao passo que a enfase bíblica é sempre "nós".
Abraço, meu irmão!
Caro Danilo,
A solução para esse tipo de problema está na frase-título da primeira postagem deste blog, "Não basta consertar a cerca: é preciso melhorar, também, o pasto".
Pra bom entendedor, meia palavra basta.
Ainda sobre essa questão do não congregar-se, dei uma "palhinha" no post "Carta a Elvis - Deus e a Cultura Pop" (no penúltimo parágrafo).
Um grande abraço!
Meu caro amigo,gostei muito do seu Blog, bem construído e muito sugestivo, com relação ao livro " A Cabana" sem querer fazer apologia a nenhum herege que seja, me pareceu que o autor do livro trabalhou para construir uma ficção que gira em torno da maior dificuldade que todo cristão pensante possui, como relacionar este Deus que servimos com as desventuras do mundo que vivemos, e a despeito de algumas afirmações colocadas no livro que são meras suposições e que na verdade carecem de analise mais profunda, embora na minha opinião são realmente sensíveis a diferentes interpretações o que nos coloca em um impasse, mas fora isso penso que o livro traz algumas novidades interessantes no que diz respeito à forma de relacionamento desejada por Deus para conosco como Homens e coloca de parte somente por um instante o relacionamento geralmente imposto pelo ser-humano, ou seja, um relacionamento que na verdade queríamos que existisse com este ser divino, dentro das opiniões que foram formadas por você neste Blog não há duvidas que o autor foi negligente em abordar algumas questões, isso ficou claro, mas quero desafia-lo como bom apologista que és, isso esta bem claro pelo menos para mim que estive analisando seu site, a analisar algumas coisa de positivo que o livro possa trazer, e se não houver nada mesmo que se possa aproveitar ficarei feliz somente por ter encontrado seu excelente site na internet, fique na paz
Caro "EUMESMO",
Obrigado pelo comentário e por visitar este blog.
Acho que o desejo do autor em propor um relacionamento com Deus em meio às tempestades da vida, em vez de um distancamento do mesmo, pode ser considerado um ponto positivo do livro. Embora retiremos do bolso sugestões como "tenha a paciência de Jó" e coisas do tipo, o fato é que só saberemos nossas reações quando algo do tipo acontecer conosco. Mas eu insisto na seguinte questão: o Deus apresentado em A Cabana é o mesmo que nos é apresentado nas Escrituras? É complicado apresentar aspectos positivos numa obra que falha em questões fundamentais da fé, entende? O grande problema é que o autor de A Cabana idealizou uma divindade que coubesse nas suas pretensões.
Um grande abraço e volte sempre (kkk!)!
Adorei o post...vou recomendá-lo no meu blog, com um link para que ele seja lido aqui.
Parabéns pelo blog!
Caro Helder,
Muito obrigado por visitar nosso blog. Para nós é motivo de grande satisfação saber que tem alguém lendo, comentando e apreciando o que escrevemos. Isso nos dá mais ânimo para continuar, não é mesmo (kkk!)?
Um grande abraço e que Deus te abençoe ricamente!
Gostei do texto, que sirva de alerta para todos.
Quando vi este livro, desconfiei de que deveria ter alguma "coisa errada" nele. Mas, eu ainda não o li, apenas seu comentário, mas acredito no que vc escreveu.
Este tipo de literatura espalha-se rapidamente em nosso meio, o povo gosta disso. Muitos preferem livros de auto ajuda, ficção, romance e etc., do que um livro de história ou Teologia. Sem contar nos pregadores de mensagens de "aplicação prática", que incentivam ainda mais isso.
Acho isso prejudicial à igreja.
Deus abençoe!
Aliás, para esse Jesus, o evangelho não é exclusividade. Diante do pluralismo religioso “Jesus” é bastante inclusivista. Ele mesmo diz que
Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa (pág. 168).
Seu comentário é preconceituoso. Entendo que jesus veio para criar um verdadeiro relacionamento com a humanidade. um relacionamento pessoal pois como é bem visível eu não pareço com você, logo as coisas que impactam você podem não fazer diferença alguma para mim. Quanto os outros comentários que você cita e exatamente como nesse video do youtube. Você usa o que lhe convem apenas. boa sorte
Meu caro "Anônimo",
Se o meu comentário é "preconceituoso", como você disse, então o seu comentário sobre o meu comentário também é preconceituoso. Só por que eu creio que Jesus é o ÚNICO caminho para a salvação? Ainda não entendi bem qual é a sua, Anônimo. Afinal de contas, em que você crê?
Quanto ao vídeo do Youtube, a qual você se refere? Ao da entrevista com William P. Young? Se for, realmente fui bem seletivo na escolha da fala dele, até porque se eu fosse escolher aquilo que "não me convém", eu teria que estender demais o meu artigo e contra-argumentar mais ainda. Fui claro? Espero que sim.
Um boa sorte pra você também.
A Paz de Cristo!
Vou publicar este texto no site da igreja onde eu congrego - www.ceofamiliaevida.com - com os créditos e link.
Caso vc não concorde, por favor me avise que eu retiro IMEDIATAMENTE.
Obrigado, e aguardo manifestações...
Bruno,aqui é Douglas,da Batista da Lagoa Encantada.Tudo na paz??
Escrevo para elogiar não apenas esse texto. mas esse trabalho que vc vem realizando com louvor!Não o conheço tão bem,mas "pelos frutos se conhece a árvore",e tenho certeza q vc é e tem sido uma bênção através da sua vida!Como eu gostaria q metade dos crentes pensassem assim(no Deus verdadeiro,Santo e que exige santidade dos seus),e ainda mais,se todos nos conscientizássemos q não somos nada,q não merecemos nada e q somos total e inteiramente dependentes de Deus...Muitos podem achar um sonho,mas eu creio e oro para q essa situação mude!
Abraços e nos vemos por aí!!!
Leonardo,
acabei de terminar de ler o livro. Li por recomendação de um amigo e gostei muito.
Tem alguns desvios da palavra? Sim.
Tem diálogos algumas vezes sem base? Também.
Tem trechos edificantes? Vários.
O que eu achei interessante no livro é a desconstrução do estereótipo de Deus. Boa parte da análise que você fez é muito bem colocada, salvo as devidas proporções dentro do que você crê ser a doutrina certa, no caso a calvinista.
Temos que ler esse livro (como aliás qualquer livro deve ser lido) como ele o é: um livro de ficção. Apesar de todos os desvios do livro descritos pelo seu post, ja vi muitos livros tidos como cristãos tendo mais heresias ainda.
O mesmo Ricardo Gondin que você preza tanto (falo isso ao ler o nome dele ser citado no texto) é exatamente o que escreveu muitos deles. Eu mesmo ja li alguns livros dele e fui muito edificado, mas tambem ja li matérias dele que não vi absolutamente nada bíblico com seu parnasianismo enfado e opressivo.
O que não podemos fazer é faccionar a igreja. "Eu sou melhor por isso."
"Você não sabe o que está falando."
"Vá estudar a bíblia antes de falar comigo."
As vezes não falamos com palavras mas com comportamentos.
Gostei do seu texto, tenho só elogios a ti e espero encontrar pessoas sensatas como você, dispostas a descortinar os desvios teológicos da sociedade e tambem a repensar sobre os nossos próprios.
Só gostaria de expor meu pensamento sobre isso.
Um abraço fraterno
Helio
Sinto muito, mas percebo que a maioria de seus argumentos estão fundamentados numa perspectiva cristã-brasileira de igreja (o que é um ponto fundamental, pois o autor é norte-americano e a igreja lá funciona de uma maneira BEM diferente) e em erros interpretativos. Claro que obviamente, o livro não é a bíblia encarnada, mas será que é tão difícil vocês enxergarem coisas óbvias?
Por exemplo: que tipo de vida cristã temos encontrado na igreja hoje? Mesmo no Brasil?
Encontramos adolescentes promíscuos na rua e "santos" nos bancos das igrejas.
Vemos famílias encarceradas dentro de casa, vivendo uma vida cristã anônima. Pessoas sem misericórdia, que sentam em altas cadeiras, julgam e julgam, não semeiam o evangelho, não dão testemunho de vida. Depois, chegam no culto e posam como santos.
Os cultos de muitas igrejas hoje reúnem cadáveres espirituais. É triste, mas é real. Quando o autor diz que Mackenzie estava cansado dos cultos, do clube e etc., eu entendo perfeitamente.
A igreja hoje é um palco de shows. Não vejo Deus em quase nada.
Sou totalmente contra o individualismo cristão, mas certas coisas corroem a alma.
Mas, mesmo que a arca chamada igreja tenha seus dejetos, nela permaneceremos aquecidos para lutar contra o mundo lá fora. (que infelizmente tem estado mais dentro do que nunca).
É bom ver pessoas críticas, mas também acredito que a fé sempre será nosso juiz.
Jesus, quando morreu, morreu por todos. Éramos condenados, hoje não somos mais. A diferença é que uns crêem naquilo que já foi consumado e outros não. Por isso há os salvos e os "não salvos".
Precisamos descristalizar nosso coração e mente de dogmas e tradições humanas, quebrar nosso orgulho por tanto lixo de conhecimento, para nos rendermos diante do Senhor.
Ele é quem nos dará revelação de todas as coisas.
Paz!
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