2009 é o ano em que se comemoram os quarenta anos da chegada do homem à lua. Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar em solo lunar, ao fazê-lo, disse uma frase que até hoje ecoa como a mais triunfal conquista humana de todos os tempos: “É um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a Humanidade” (quem nunca ouviu essa frase é porque deveria – ou, deve – estar no “mundo da lua”). Mas, o que mais me chamou a atenção foi o que disse Richard Nixon, o então presidente estadunidense da época. Com uma empáfia singular, talvez fruto do orgulho americano por serem eles os primeiros a conseguir tal façanha, Nixon falou em alto e bom som que “esse é o dia mais importante para a Humanidade – o dia em que o homem pôs os seus pés na lua”. Foi aí que um grande evangelista do século vinte, Billy Graham, resolveu reagir à afirmação de Nixon. Disse Billy: “o dia mais importante para a Humanidade não foi o dia em que o homem pôs os seus pés na lua, e sim, o dia em que Deus pôs os seus pés na Terra” [*]. A Casa Branca estremeceu!
A declaração de Billy Graham é largamente confirmada pelas Escrituras. Há cerca de novecentos e quarenta anos antes de Cristo nascer, Salomão já questionava: “de fato, habitaria Deus na terra?” (2 Rs 8.27). O evangelista João responde que “sim”, que o “verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O “Servo Sofredor” de Isaías 53, finalmente, saiu das páginas do papiro para as páginas da História, ao tabernacular entre nós. As grandes profecias concernentes à vinda do Messias estavam sendo plenamente cumpridas (e.g. Gn 3.15; Dt 18.15-19; Is 7.14; 9.6,7; 61.1-3). E, ao contrário do que muitos possam pensar, a data do nascimento de Cristo não foi escolhida aleatoriamente, como se o planejamento de Deus fosse, de alguma forma, impreciso. De acordo como o apóstolo Paulo, Deus escolheu “a plenitude do tempo” para enviar Seu Filho, “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4 – cf. Is 49.8). Ao mesmo tempo em que o apóstolo defende o nascimento virginal de Cristo, bem como a sua divindade e humanidade plenas (as “duas naturezas”), ele também faz uma apologia da Sabedoria e Providência de Deus em escolher o tempo preciso para a encarnação do Seu Filho. Ainda assim, tudo isso teve um propósito específico: “resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.5). Jesus não veio à Terra simplesmente para tornar-se carne e ponto final. Se assim o fosse não caberia a Ele o título de “Salvador”. O anjo que anunciou a José o nascimento de Cristo disse-lhe que Jesus (nome que significa “O Senhor é a salvação”) viria à Terra para salvar “o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Jesus veio fazer o que homem nenhum conseguiu e jamais conseguirá: cumprir a lei de Deus (Mt 5.17). Por este motivo é que “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feito justiça de Deus” (2 Co 5.21). Simeão bem sabia disso, quando louvou a Deus dizendo:
“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo de Israel” (Lc 1.29-32).
Tanto para Simeão quanto para todos os outros santos e profetas aquele tinha sido o dia mais importante para a Humanidade.
Quarenta anos se passaram e o homem jamais conseguiu voltar à lua. Aliás, esse fato é alvo de muitas controvérsias. Há muitas teorias que buscam provar a farsa da NASA, haja vista o momento político da época, em que os Estados Unidos queriam provar a sua supremacia tecnológica sobre a emergente União Soviética (Capitalismo x Socialismo). Todavia, não é nosso objetivo, aqui, entrar no mérito da questão. O fato é que, se ainda há dúvidas sobre a odisseia lunar empreendida pelos norte-americanos, não nos resta dúvida da “odisseia terráquea” empreendida por Deus, a saber, a de enviar-nos o Seu Filho – Jesus Cristo, a “Luz do mundo” (Jo 8.12). Também não nos resta dúvida de que Cristo voltará à Terra (ao contrário do homem, que jamais conseguiu voltar à lua), desta vez não para derramar novamente seu sangue na cruz (cf. Hb 9.11-28), mas “com poder e grande glória”, para promover a redenção final daqueles que Lhe pertencem (Lc 21.27,28). Maranata!
Soli Deo Gloria!
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[*] O fato de eu ter citado Billy Graham não quer dizer que eu concorde com todas as suas práticas e posições doutrinárias.
9 comentários:
Porque tem que ser a partir de uma ótica calvinista, e não, a partir de uma ótica bíblica?
Respeito vocês - calvinistas, mas parece que a opinião de Calvino em relação à Bíblia, têm mais importância do que a própria Bíblia. Meu amigo vc é servo de DEUS e não de Calvino.
Outra coisa, parece-me que a orientação bíblica em relação a: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom" (1° Tessalonicenses 5.21). Com vocês deve ser assim: "Julgai todas as coisas, retende o que é de Calvino". Precisamos ter equilíbrio.
Entendo que posso aprender algumas coisas com vc e com outros calvinistas, e não entendo porque vocês - calvinistas só querem aprender com os próprios calvinistas.
Me perdoe a forma de expor meu pensamento, mas creio que me refiro a uma pessoa madura e acostumada a debater idéias.
Em CRISTO, Maxmiler Freitas
Esqueci de dizer, mas estou seguindo seu blog.
Meu caro Maxmiler,
Antes de qualquer coisa, obrigado por visitar este blog e acompanhá-lo.
Respondendo à sua pergunta, o uso que faço da palavra "calvinista" é de conotação histórica; não visa à pessoa de Calvino, e sim, à sua teologia, que serviu de base para as igrejas reformadas na Suíça e Holanda (Igreja Reformada), Inglaterra (Congregacionais, Batistas [alguns] e Anglicanos) e Escócia (Presbiterianos), bem como ao movimento Puritano dos séculos XVI, XVII e XVIII, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos. Por uma questão de coerência, você deveria sugerir também que eu mudasse o nome do blog (Optica Reformata), uma vez que ótica reformada é sinônimo de ótica calvinista.
Uma outra coisa que eu fico intrigado é com o fato de muitos acusarem os reformados (calvinistas) de valorizarem mais Calvino do que a Bíblia. Essa acusação é, no mínimo, insensata! Entendemos que Calvino foi fiel quando expôs a Palavra de Deus, tanto por meio dos seus comentários bíblicos (alguns publicados em português pela Editora Fiel) quanto pela sua magna opus, As Institutas. A seriedade com que ele tratou o texto sagrado deveria ser pelo menos percebida pelos seus críticos, muitos dos quais sequer já o leram.
Quanto ao fato de que os "calvinistas só querem aprender com os próprios calvinistas", devo admitir que você está certo, em parte. Eu, por exemplo, atualmente só compro livros de autores de referência reformada. Eu não desperdiçaria dinheiro com coisas em que teologicamente discordo. Isso não quer dizer, porém, que eu dispenso a leitura de autores de outras perspectivas, mas sigo o conselho paulino de "examinar todas as coisas e reter o que é bom" (1Ts 5.21). Talvez muitos sintam essa aversão toda pelos reformados por muitas de suas posturas arrogantes. Eu, inclusive, confesso que caio nesse erro com alguma frequência. Mas isso não deve ser encarado como um mal generalizado, e sim, de alguns que, no afã de defenderem suas perspectivas teológicas acabam caindo no erro de menosprezar os outros.
Não se desculpe pela forma com que você expôs seu pensamento. É melhor tratar com pessoas que falam sem rodeios do que com os tipos "dissimulados", que ficam soltando farpas irônicas nas entrelinhas. Eu não sou tão maduro quanto você pensa, haja vista que bem recentemente entrei em debates teológicos (em blogs alheios) que serviram para revelar o quanto ainda sou imaturo com as palavras que aos outros dirijo. Mas, oro a Deus para que eu melhore nesse aspecto.
Espero ter sido claro!
Um grande abraço, em Cristo Jesus, nosso Redentor,
Leonardo Bruno Galdino.
Amém, você realmente foi bastante claroe e, sensato. Gostei de sua posição e argumento. Bem, no mais sigamos olhando para Cristo o autor e consumador de nossa fé.
Aproveito a oportunidade para dizer que meu blog foi excluído pelo Blogger.
Na última sexta feira eu estava alterando o layout do meu blog, e quando fui recarregar a página recebi a mensagem que ele havia sido removido. Perdi tudo: postagens, comentários e seguidores.
Tive que criar outro: http://maxmilerfreitas.blogspot.com, já que até agora não obtive nenhuma resposta do Blogger em relação ao antigo - http://milerfreitas.blogspot.com.
Por enquanto, estou tentando recuperar o que perdi, lamento.
Deus Abençoe!
Caro Maxmiler,
Recomendo a você que sempre faça o backup de suas postagens e comentários. O grande problema é recuperar os seguidores (você pode mandar um recado para cada um deles nos blogs deles, se tiverem).
Uma outra sugestão é que você faça uma cópia do código HTML/XML da sua página, para que você não tenha que personalizar sua página tudo de novo. Dá um trabalhão!
No mais, agradeço por sua compreensão. Visite-nos sempre!
Um grande abraço!
Leonardo,
Não conhecia a resposta do Billy a Nixon. Foi "na veia".
Em Cristo,
Clóvis
Caro Clóvis,
Obrigado pela ilustre visita a este blog.
Eu vi essa resposta de Billy Graham numa revista Ultimato antiquíssima (acho que era da década de 80) há alguns anos atrás. Aproveitei a ocasião do 40 anos de comemoração da "odisseia lunar" para escrever algo sobre isso, e logo lembrei do que Billy falou.
Espero continuar recebendo sua visita!
Um grande abraço!
Leonardo!
Texto ótimo, ótica melhor (risos)!
Aproveitando, faço uma apresentação do meu blog, o Genizah. Por lá, procuramos apresentar e defender O evangelho puro e sem mistura, mas cheio do AMOR que o nosso Pai nos deixou.
Na maior parte do tempo fazemos isto com muito humor e bom gosto, afinal a alegria é a marca do cristão verdadeiro!
E quando se trata de denunciar os vendilhões da fé, pegamos com força e esculhambamos mesmo, afinal, um pouco se subversão santa é sempre bom e nos lembra de onde viemos!
Vamos te seguir!
Abraços em Cristo e Paz!
Danilo
http://www.genizahvirtual.com/
Caro Danilo Fernandes,
Obrigado por visitar e seguir este blog.
Também gosto de uma pitadinha de humor no que escrevo, aliado a uma boa dose de ironia (chego até a ser sarcástico às vezes). Acho que esses são ingredientes essenciais ao meu estilo de escrever (de falar também). Isso me ajuda a endossar uma certa originalidade naquilo que escrevo; um estilo peculiar.
Entretanto, devemos ter sempre o foco na seriedade do assunto que queiramos abordar. Dependendo do assunto o próprio humor é inteiramente dispensável.
Já conhecia o seu blog, por intermédio do Leonardo Gonçalves. Gostei muito do conteúdo. Também estou seguindo-o.
Um grande abraço e volte sempre!
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