Os manifestantes querem a cabeça do Rev. Augustus Nicodemus a todo custo. E aí, diretoria, vai dar uma de Herodes?
A comparação com Herodes* foi meio forçada e teve a intenção de justamente provocar à reflexão a quem a carapuça servisse – seja à diretoria da Mackenzie, à liderança da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) ou aos evangélicos de modo geral. Mas devo, aqui, dizer que foi uma comparação não apenas forçada, mas injusta. E demais, eu diria. O responsável por me trazer esse “pesar” foi o André Venâncio, blogueiro do Retratos por Escrito. Abaixo, o comentário imediato dele lá no Buzz:
Até onde sei, a cabeça do pr. Augustus está mais grudada no pescoço do que jamais esteve antes da reunião do Supremo Concílio. Ou há algo pós-reunião que eu não estou sabendo?
Minha resposta foi:
André,
Só cutuquei mesmo. Também não sei de nada, mas sei que os manifestantes querem a cabeça do Augustus. Acho que a Mackenzie, ou até mesmo a IPB, deveriam nos tranquilizar emitindo nem que seja uma notinha de imprensa, não achas? Mas até agora não se pronunciaram, pelo menos até onde sei...
Na realidade, como já sabemos, foi o Rev. Roberto Brasileiro quem escreveu aquele manifesto lá, não o Augustus (veja aqui: http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808). Mas, como presidente de Supremo Concílio da IPB não tem o mesmo status quo de um Chanceler de uma das mais tradicionais universidades brasileiras, digo igual aos "canibais de cabeça" da música Metrô Linha 743, do Raul Seixas: "eu avalio o preço me baseando no nível mental que você anda por aí usando. Aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando" (hehe!). Sendo assim, quanto custa a cabeça de um presidente de Supremo Concílio? E quanto custa a de um Chanceler de universidade? Minha bronca toda é essa. E nem a IPB nem a Mackenzie passam pra dar sequer um "oi". Essa é minha outra bronca.
Vamos por partes. Primeiro, quanto a essa tal reunião. Depois, quanto ao título desta postagem.
Segundo informações do André, ainda via Buzz, houve uma reunião, nesta semana, em que a IPB deu pleno apoio ao Augustus. Não só como presbiteriano, mas acima de tudo como cristão, fiquei muito feliz e tranquilizado com isso, mas só em parte. Por que? Porque ainda não houve uma resolução pública dessa reunião. Mas já que faz tão pouco tempo que ela ocorreu, vamos esperar para ver se vai haver publicação disso. Do contrário, ficarei muito decepcionado (o que não invalidará a injustiça que cometi com a comparação a Herodes, lógico!).
E quanto ao título desta postagem (somente para justificá-lo e dar mais algumas alfinetadas), é aquilo lá mesmo que comentei (logo acima) com o André. Para efeito de repercussão, a cabeça do Presidente do Supremo Concílio da IPB não vale nada, uma vez que é exatamente nessas horas (estranho, não?) que as pessoas batem no peito e dizem que “vivemos num Estado laico”. Elas dizem: “É só um líder de uma das trocentas denominações evangélicas que existem por aí. Não vale a pena queimar munição num cara desses”. Mas em se tratando de um chanceler de uma tradicional instituição de ensino, quanto vale sua cabeça? E ninguém está dando a mínima se a crítica ao texto que gerou toda a polêmica é burra – só querem ver o circo pegar fogo mesmo. É bem mais confortável colocar uma nação inteira contra uma instituição de ensino (daí estão pouco se lixando se ela é confessional ou não) do que contra um grupo de idiotas religiosos, não é mesmo? A isto tudo eu chamaria de “terrorismo ideológico”, sem nenhuma ressalva! Ou será que estou exagerando?!
Espero que tanto a Mackenzie quanto a IPB se manifestem logo, para a tranquilização dos justos e frustração dos ímpios. E que toda essa tribulação prove o ponto de Jesus em Mateus 5.11,12: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Que Deus continue fortalecendo a sua Igreja!
Soli Deo Gloria!
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*Todos conhecem a história envolvendo Herodes e João Batista. João Batista foi metido no cárcere por Herodes quando disse a este que sua situação conjugal era ilícita, já que sua esposa era também esposa de seu irmão Filipe, que ainda vivia. João estava simplesmente pregando o que a Escritura prescrevia (Lv 18.16,20). Herodes temia matá-lo por conta da fama que João tinha de profeta, mas encontrou em sua mulher, Herodias, o mais perfeito capataz. Foi bem simples: a filha dela dançou, Herodes gostou e disse “pede-me o que quiseres e eu te darei”, a moça consultou sua mãe, que por sua vez pediu a cabeça de João Batista num prato, e Herodes concedeu-a (Mc 6.14-29). Interessantemente, o assunto envolvia a sexualidade.
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