Recentemente, assistindo a um documentário sobre aves, descobri algo muito interessante sobre as cegonhas. Elas cuidam dos filhotes com extrema abnegação e até em prejuízo da própria vida, se for o caso. Quando os filhotes crescem, eles retribuem o cuidado que suas mães lhes dispensaram fazendo o mesmo.
A escolha da cegonha como símbolo do nascimento dos bebês não foi à toa. Na Grécia Antiga, os gregos criaram uma lei chamada “lei da cegonha” (Lex ciconia), baseada exatamente na mutualidade dos relacionamentos entre os filhos das cegonhas e os seus pais, na medida em que estes iam ficando idosos. Quem não cumprisse essa lei era punido com rigor. Na Idade Moderna isso assumiu uma conotação mais simbólica (consequentemente, menos obrigatória!), com a publicação de cartões contendo desenhos de bebês pendurados por uma fralda no bico das cegonhas.
Não é difícil adivinhar onde eu quero chegar com esse exemplo das cegonhas, como já deve ter ficado mais que evidente. O que os filhos das cegonhas fazem quando seus pais se tornam idosos é o que os filhos de nossa sociedade humana não fazem mais há tempos, inclusive muitos cristãos. As crianças de hoje (incluindo as cristãs) não só ridicularizam a estória de que foram trazidas por uma cegonha quando nasceram (já que os meios de comunicação lhes proporcionam que se tornem “experts” em sexualidade em apenas alguns cliques - seja de controle remoto ou mouse), mas também acabam abandonando seus pais idosos nos lares e asilos existentes por aí (esse “por aí” não foi por acaso). Afinal de contas, quem está disposto a ficar perdendo tempo e se estressando com um “estorvo” dentro de casa, que fica se esquecendo das coisas (Alzheimer), fazendo pipi e "incomodando" o tempo inteiro? O resultado disso é que muitos idosos tem se transformado em verdadeiros “órfãos de filhos vivos”.
Não creio que a reversão desse quadro se dará quando os pais resgatarem a estorinha da cegonha nos seus lares, contando-a aos seus filhos, e que estes acreditem. Não preciso perder tempo para provar que isso é pura ingenuidade. Também não sou contra a existência de asilos. Sei que existem casos em que a escolha por um asilo é a alternativa mais viável. O que me intriga, contudo, é saber que, em muitos casos, viabilidade é confundida com conveniência. Penso que o mandamento bíblico para os filhos honrarem os seus pais (Êx 20.12; Ef 6.2,3) significa muito mais do que simplesmente obedecê-los. Creio que o conceito de honrar é muito abrangente para se restringir a uma mera submissão. Para mim, honrar significa, além de tudo, amar; zelar; cuidar. “Deixará o homem pai e mãe” (cf. Gn 2.24) não significa “desprezará o homem seus genitores”. Sorte da cegonha, que, por mais idosa que esteja, nunca precisará temer ser mandada para um asilo por causa do descaso dos seus filhos. Poderíamos dizer o mesmo dos humanos (e de muitos crentes)?
Que Deus nos ajude!
Não é difícil adivinhar onde eu quero chegar com esse exemplo das cegonhas, como já deve ter ficado mais que evidente. O que os filhos das cegonhas fazem quando seus pais se tornam idosos é o que os filhos de nossa sociedade humana não fazem mais há tempos, inclusive muitos cristãos. As crianças de hoje (incluindo as cristãs) não só ridicularizam a estória de que foram trazidas por uma cegonha quando nasceram (já que os meios de comunicação lhes proporcionam que se tornem “experts” em sexualidade em apenas alguns cliques - seja de controle remoto ou mouse), mas também acabam abandonando seus pais idosos nos lares e asilos existentes por aí (esse “por aí” não foi por acaso). Afinal de contas, quem está disposto a ficar perdendo tempo e se estressando com um “estorvo” dentro de casa, que fica se esquecendo das coisas (Alzheimer), fazendo pipi e "incomodando" o tempo inteiro? O resultado disso é que muitos idosos tem se transformado em verdadeiros “órfãos de filhos vivos”.
Não creio que a reversão desse quadro se dará quando os pais resgatarem a estorinha da cegonha nos seus lares, contando-a aos seus filhos, e que estes acreditem. Não preciso perder tempo para provar que isso é pura ingenuidade. Também não sou contra a existência de asilos. Sei que existem casos em que a escolha por um asilo é a alternativa mais viável. O que me intriga, contudo, é saber que, em muitos casos, viabilidade é confundida com conveniência. Penso que o mandamento bíblico para os filhos honrarem os seus pais (Êx 20.12; Ef 6.2,3) significa muito mais do que simplesmente obedecê-los. Creio que o conceito de honrar é muito abrangente para se restringir a uma mera submissão. Para mim, honrar significa, além de tudo, amar; zelar; cuidar. “Deixará o homem pai e mãe” (cf. Gn 2.24) não significa “desprezará o homem seus genitores”. Sorte da cegonha, que, por mais idosa que esteja, nunca precisará temer ser mandada para um asilo por causa do descaso dos seus filhos. Poderíamos dizer o mesmo dos humanos (e de muitos crentes)?
Que Deus nos ajude!
Soli Deo Gloria!!!
4 comentários:
Meu caro Leonardo,
Artigo irretocável! Vou reproduzir em meu blog agora mesmo!
Grande abraço, no amor de nosso Pai,
Roberto
Caro Roberto,
Fique à vontade!
Abraços!
Excelente artigo!
Obrigado, Saulo.
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